Infecções de ouvido frequentes e doenças na gestação podem desencadear problemas auditivos nas crianças
No mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 400 milhões de pessoas sofrem de perda auditiva. Desse total, cerca de 8% são crianças e adolescentes que têm até 15 anos de idade. Por isso, nesse 10 de novembro é comemorado o Dia Nacional da Prevenção e Combate à Surdez e os especialistas fazem alertas para que os pais possam identificar se o filho está com alguma dificuldade auditiva e procurar ajuda médica. Segundo a otorrinolaringologista do Hospital Federal da Lagoa, Dra. Luciane Mello, o desenvolvimento da fala é um aliado importante na detecção da dificuldade de audição. “Crianças de até quatro anos, que ainda não falam frases completas, com bastante desenvoltura, que têm dificuldades na escola ou falam muito alto, podem ter sinais de problemas auditivos”, destaca a especialista.
Entre as principais causas que levam à deficiência estão infecções de ouvido frequentes, otites de repetição, algumas doenças que ocorreram durante a gestação como rubéola, toxoplasmose, sífilis e HIV, um pré-natal não realizado de maneira correta e sem acompanhamento médico e a não realização do calendário de vacinas. “Outras causas de perda auditiva é a exposição à ruídos sonoros de grande intensidade e frequentemente, além do uso de headphones com música muito alta e por muito tempo”, comenta Luciane.
Se os pais perceberem algum sinal do problema devem procurar o pediatra para que ele realize uma triagem de possíveis diagnósticos e encaminhe o paciente, muitas vezes, para um otorrinolaringologista para que faça uma melhor avaliação e determine o melhor tratamento. O Ministério da Saúde fornece, aos profissionais de saúde, as diretrizes para Triagem Auditiva Neonatal (TAN), que tem a finalidade de identificar a deficiência auditiva da maneira precoce. “Sabemos que a intervenção cirúrgica precoce em situações irreversíveis, antes dos seis meses de vida, possibilita melhores resultados para o desenvolvimento auditivo, da linguagem e da fala da criança”, finaliza a otorrino.